Tema deve estar inserido no cotidiano do produtor e do cidadão
A preocupação com a conservação do solo não é nenhuma novidade, há anos este é um tema que vem sendo discutido não só por pesquisadores da área, mas também no âmbito governamental. Existem leis específicas que foram criadas e que continuam sendo atualizadas com o intuito de formalizar e fiscalizar ainda mais as questões ligadas à utilização correta das técnicas conservacionistas por agricultores.
No Paraná, a Legislação do Uso do Solo Agrícola configura a Lei Estadual nº 8.014/1984, que dispõe sobre a preservação do solo agrícola no Estado; as práticas conservacionistas de controle da erosão e ainda sobre a fiscalização do cumprimento da legislação.“Conservação de solo não pode ser uma imposição ou uma obrigação.
Ela tem que estar no dia-a-dia do produtor, tem que ser uma prática corriqueira”, afirma Paulo José Alba,pesquisador Mestre em Engenharia Agrícola, responsável pelo departamento de Mecanização Agrícola e Inovações Tecnológicas da FAPA-Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária.
O Paraná hoje está entre os quatro maiores produtores de grãos do país de acordo com o levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Logo, a preocupação com o solo tem um lugar especial na sua agenda. Existem projetos, como o PROSOLO (Programa Integrado de Conservação de Solo e Água do Paraná) e a Rede de Agropesquisa do Paraná. Este último, divide o estado em sete mesorregiões com a intenção de regionalizar o máximo possível as recomendações. “Muitas vezes o que funciona no centro sul, não adianta replicar para o norte do estado, que tem outro tipo de solo”, analisa o pesquisador.
Ainda segundo Alba, a pesquisa hoje está direcionada para atualização de ferramentas e técnicas que embasam as leis. “Nós temos trabalhado muito para poder desenvolver técnicas e para poder mostrar para os órgãos de fiscalização quais são as práticas que eles devem analisar para poder notificar o produtor. Os órgãos de pesquisa estão trabalhando para poder dar base técnica no momento de uma notificação, por exemplo”, explica.
O tempo ficou realmente louco?
“Como adequar a conservação de solo a realidade de hoje?
Como minimizar os efeitos? Levando soluções aos produtores, não apenas cobrando. Perguntando a eles quais seus anseios, seus problemas e solucionando os casos. Isso sim é a chave do negócio”, finaliza.